sábado, 19 de janeiro de 2013

a idade chega


Tomar a vida para mim, dizer-lhe: tu és minha!
E todos os momentos, tê-los meus  e livres,
Poder ver no amanhã um completo mistério
Sem ter os passos certos das rotinas dadas.

Descerrar uma outra vida desta que eu tenho
E ver o que seria se não houvera sido,
Deixar-me navegar nas horas sem relógio
Vagar contente e tolo entre noite e dia.

Ser outro que não sou, mas o qual sempre fui
E atar meus dons a algum celeste corpo,
Sagrar-me nauta e singrar-me inteiro.

Abandonar, por fim, o mapa do tesouro
E desfrutar do ouro que eu sempre tive:
Desejos desta idade que minha alma vive.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

antiga história

A Liberdade nasceu quando, na horda primitiva,
Um primeiro, que seria qualquer um, sentiu:

Eu Sou!

A este centro inédito o Universo, atraído, circundou
E ganharam vida Idéia, Dúvida, Erro, Acerto,
Culpa e Redenção.

....

Nasceu a Fraternidade quando, calado o grito primal,
O bando arcaico, animal, entendeu-se tribo humana
E se pôs a bradar pelas campanhas com incógnita voz:

Somos Nós!

....

E ao reconhecer o símio no outro símio
Tino e destino semelhantes nesta vida que a (à) morte invade
Pôs-se o Homem-menino a sonhar,
Apenas a sonhar,
A Igualdade.