sábado, 23 de maio de 2015

beleza

A Beleza revela-se ao olhar impuro,
Desvela seus matizes e, quase, seus segredos,
Abre-se, singela, para que entres em sua casa,
Sua nobre origem entre os gregos.

A Beleza nasce quando alguém ama a vida
E percebe nesta amada o que leva a amá-la tanto
Nas coisas mais secretas, seus discretos defeitos,

O olhar de um amante lapida
Pedra bruta em Diamante.

O olhar de um esteta
Transmuta barro em ouro,
Alquimia.





nova poesia

Quero uma poesia cheia de vida,
Mas que não transpire pieguice,
Ou otimismos à Rousseau.

Que seja lúcida, ao ver o Homem
Na sua enorme fragilidade
E encontre nele, mesmo assim,
Uma nobre religião.

Que tenha poucas palavras
A dizer de qualquer coisa
E que as diga claramente.

Quero uma poesia
Que vá além do Idealismo,
Que não traia a realidade
Ao vê-la com o olhar da imaginação:
Que descreva a mensagem
Da aparência,
E ensine a compreender
O mundo,
Menos por filosofia
E mais por ciência.

Quero uma poesia
Que transcenda gnoses,
Socialismos, seitas e Cultos,
Medievalismos,
Tradições místicas,
Delírios com e sem drogas,
Ativismos e engajamentos.

Uma poesia que cante
A derrocada de todas as utopias.

Quero a poesia dos desconhecidos

E nascentes novos dias.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Pensamentos

MAU USO

Não faças mau uso da Psicologia:
conhecer os motivos de um marginal explicam o criminoso, mas não justificam um crime.

Sabedoria dos avós, sempre válida.


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VELHOS IDEAIS

É estúpido quem diz,
Sentindo-se um justo,
Que não abandona jamais
Os antigos ideais,
Quando estes
Ideais velhos
Já traíram
Todas as expectativas.


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IDEAIS

Todo ideal por mais perfeito
É menor e menos belo
Que uma simples realidade.





sábado, 16 de maio de 2015

L'amour en temps de déraison

Lorsque je t'attends,
Le temps coule vers
L'accomplissement
De tous les voeux...

Les téléphones sonnent,
Les pluies embrassent
La terre, l'homme se trompe
En vain, lorsque je t'attends.

Lorsque je t'attends,
On entend parler des guerres,
Des peuples régis
Par l'ignorance
Qui les appauvrit,
D'où la souffrance,
Lorsque je t'attends.

Lorsque je t'attends
La puissance simule la bonté,
L'hypocrisie harangue
En promettant  
Le nouveau monde
Tandis que le vieux monde
Est recréé,
Lorsque je t'attends.

Mon pays se rend
À ce qui aurait été mort,
Se trahit, coopère
Avec les forces obscures
Qui bloquent la liberté.
Hélas, temps dément!

Mais si tu reviens,
Tous les téléphones
Sont accrochés,
La pluie émane
Son parfum d'herbes,
L'homme s'assoit
Et réfléchit comme
La statue de Rodin.

Les gens deviennent sages,
Les oreilles, sourdes aux mensonges,
Les corrompus sont arrêtés,
La chance, liberée,

Chaque fois que tu reviens.





quarta-feira, 13 de maio de 2015

meditação I

Há mensagem no silêncio
Sem palavra, sem imagem.

Sentimento além do tempo:
O início e o fim  interagem.

O que resta é a consciência:
Centro, foco. Ou o continente?

Se silencias a mente
Penetras no templo que tu és.

Não há que temer silêncios
Pois, ao calar, morre o medo.

O Nada, ao fazer silêncio,
Revela-nos seu segredo:

Silenciar é ter fé.






sábado, 9 de maio de 2015

meditação

medita, medeia-te
entre o que sabes
e o esquecido,
ou ainda não vivido.
flui em ti mesmo:
habita-te por inteiro.

sê o mar em ondas,
o ar frio dos montes,
sagrados mantras
cantando fontes
aos teus ouvidos.

dá a luz ao novo
que há no eterno:
torna-te o filho
ao qual te doas.

Afaga-o e ensina:

perdoa a vida e

a vida te perdoa.