terça-feira, 14 de maio de 2019

as urnas de Pandora




Em duas urnas,
Faces de Jano,
Guardavam-se
Opostas substâncias:

Numa, todos os bens do mundo.
Todos os males na outra.

A primeira das mulheres,
Que se chamava Pandora,
Uma e outra deslacra
E desrolha,
Libertando
O que nas urnas
Havia:

Tudo,

Exceto,

Em ambas,

A Esperança.









domingo, 5 de maio de 2019

Pela Universidade Pública! Pelo SUS! (não curta as palavras de ordem sem ler o texto)

Vendo de fora, a crise das verbas para as Universidades Federais e para a Pesquisa no Brasil é instalada - e politicamente estimulada- por quem a gerou: os grupos de uma esquerda populista e primária. 
Eles têm desenvolvido uma confusão linguística: público tornou-se igual a gratuito.
Ainda, o investimento em educação passou a restringir-se ao nível universitário (onde se concentram as bases políticas destes grupos), por interesses estratégicos (saudade do Leonel de Moura Brizola).
Assim, ninguém paga nada nas Universidades Públicas, incluindo o estudante morador de uma favela e o filho de um industrial milionário.
Como as melhores Universidades são as públicas e os "burgueses" (como a esquerda gosta de dizer) têm as melhores escolas de ensino básico, raros pobres conseguem beneficiar-se na competição por uma vaga nestas universidades.
O sistema de "cotas" é uma grosseira e humilhante falsa solução. Sem melhorar a educação básica se mantém o clima de injustiça social que vigora há séculos no Brasil.
O mesmo em relação ao atendimento de saúde: há "burgueses" internando nos excelentes hospitais públicos do Brasil.
Obviamente, os "burgueses" têm direito a frequentar uma universidade pública, ou a serem atendidos num hospital público. Mas que paguem e de acordo com sua faixa de ganhos.
Aqui em Portugal e em outros países europeus, o ensino e a saúde são públicos, mas se paga mensalidades ou um valor pequeno para consultas de atendimento básico.
Ensino básico sim, é gratuito. 
E, no caso de o aluno não ter condições da pagar uma universidade, ou o paciente ser economicamente desvalido, ou ainda aposentado, não paga. 
De resto, se paga!
E os impostos aqui são tão ou mais elevados que no Brasil.
O governo deve direcionar seus bilhões ao ensino básico, e as Universidades precisam, pelo menos em parte encontrar fontes de sustento, garantindo seus gastos estruturais, entre outras medidas, através do pagamento de quem mais tem.
O mesmo em relação a pesquisas: o processo tem que se inserir em áreas bem definidas de interesse prioritário, e não servir como fonte de sustento para professores pouco produtivos ou para turismo pelo mundo de mestres e alunos.
Esta política paternalista que ensina a exigir tudo para todos sem definir como se mantêm as finanças é uma das causas destas crises recorrentes dos serviços públicos brasileiros, que poderiam ser muito melhores, se bem geridos.
O resto, a gritaria, é dos responsáveis pela ineficácia e a confusão.