Oh! tempo, rio fluido que leva nossas
vidas, risos, prantos,
Para onde os levas?
Para algum buraco negro de onde não fogem nem as trevas
Ou para algum ignoto e frio céu?
Onde ficaram meus sonhos de criança
E a luminosa árvore de Natal
Na qual meus olhos de menino
Anteviram as maiores esperanças?
E o retinir das taças de cristal, o murmúrio
Das falas dos avós, os sorrisos dos pais,
A correria da piazada pelos pátios
Da antiga casa, e o alarido festeiro dos cães...
E os meus amores,
Seus primeiros olhares
Seus primeiros olhares
E últimos beijos,
O convívio secreto,
O gozo e as dores.
Onde, Tempo, transcorrendo
Mundos e Histórias,
Levas a mim
E minhas memórias?