sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Silenciosa essência

Quem reconhece o que é despercebido
Por ser tão pleno em tudo e sempre,
Qual o respirar, o tato, os sentidos,
O pensamento fluindo em nossa mente?

Só percebemos o que vem e vai,
O quê, no tempo, surge, se apresenta
E que, ao fazê-lo, nosso olhar atrai,
E a mente sonda, filtra e fragmenta.

O Essencial é irmão do Inexistente.
E só o poeta, o louco ou o crente
Sabem chegar a perceber o que É.

Porque, no fundo, silenciosamente,
A vida segue imensa e inconsciente
Feito um bater de coração, ou a Fé.



  


sábado, 14 de janeiro de 2012

Ouvindo Chopin

O amor te toma pela mão e vais sonhando
Chegar à imensidão do que tu és:
Animal vagando em verdes pastos e
Anjo que tem asas nos seus pés.

Corpo e alma abrasam-se num beijo,
Confessando que o amor ainda vive.
-Vejo no teu olhar o outro mundo,
A terra onde nós dois somos só um.

O amor te acolhe no seu Reino,
Um lar reconhecido para sempre
Mas escondido, desde sempre, em brumas.

-Daqui eu sou, amor, daqui parti
E, após tornar-me escuríssimos oceanos,
Eu volto a ti, e sou praia, e sou espumas.