O Tempo não nos poupa de mover-se
Na direção adiante enorme e escura,
E vai mudando tudo, devorando
A vida, a cara, a vila, a alma, os tempos.
O que se foi se foi, mas segue, ao ir-se,
Gravada em nós numa imprecisa tela
A imagem fixa de qualquer momento
Em cores débeis, que algum vento esgarça.
Alguma forma de adentrar-se haverá
Neste baú imenso e vivo do que fomos
De modo a reviver mundos e eras?
Ou só nos resta este absoluto agora
Que é olhar de dentro o mundo que está fora
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