Era uma velha casa de madeira com parreiras no pátio,
Onde o menino cuidava das galinhas, dos cães e dos gatos,
Na rua onde se ouviam português, alemão, russo, italiano,
E os vizinhos, à noitinha, mateavam, confraternizando.
Ali descobriu o que era amar e ser amado, o piá criado
Pelos melhores que havia neste mundo para criá-lo...
E da casa no subúrbio foi às ruas, à escola, à academia,
E do mundo livresco ideal ao voluntariado nas favelas,
A atender as dores das gentes em corredores de hospital,
As crianças doentes, e os bebés violentados pelo mal.
Dor pela dor alheia, luta pela alheia luta, a usar a Ciência.
E, na lide, percebeu o Sentido que o viver se nos revela:
Mais que a humilde casa de madeira, muito além dela,
Lar e Obra foram o Mundo e as riquezas da Consciência.