(ao terminar de ler o livro São Francisco de Assis, de Hermann Hesse)
O oceano do dia deixa-se escoar no
horizonte
Refluindo à sua ancestral fonte, a noite
atemporal.
Tremem as árvores, a brisa fria descende do monte,
Encolhem-se corpos e almas, desamparo total.
E o que fora brisa de repente faz-se vento
Congelando o mundo inteiro e o pensamento.
Ai dos desajustados, dos sem teto, sem consolo,
Ai dos sem afeto, que vagam na vida por migalhas.
Abre-se, então, a portinhola de minúsculo casebre e a luz
Que denuncia um fogo capaz de amainar o frio do mundo
Espalha no negror o alaranjado tom de aconchego e
conforto.
Abandona a cabana, sem temer a tormenta, o Pobrezinho
Levando, a quem não tem, algo de roupa e sopa e carinho
Levando, a quem não tem, algo de roupa e sopa e carinho
A tornar-se o sol da vida para um mundo obscuro e torto.
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