Eu quero ser assim, tranquilo e claro:
Primeiro sussurro de brisa à beira-mar
Movendo mansamente as folhas
De uma bananeira, a refrescar
A luz quente do sol que vai surgindo
Com esta cor rosada das crianças,
Bebê que nos desperta e nos amansa.
Eu quero ser assim, quieto, a aceitar
O que o dia trará na água do mar:
A concha misteriosa dos segredos,
A espuma que nos lave de alguns medos,
O peixe que nos venha alimentar.
E quando a noite chegue eu quero ter
O olhar ingênuo e lúcido de um crente
Que vê no céu com estrelas o presente
Que um criador de tudo vem lhe dar.