sábado, 11 de abril de 2015

crente do contemporâneo

Habituara-se 
Aos haréns baratos dos bordéis,
Aos freudianos rotineiros abismos

Para ser o que se diz que deve ser

Contemporâneo.

Temia as alturas
De ser claro, 
Íntegro,
Esmerado em traço e cor,
Suave de coração.

Temia
Perder chão
Ao desvestir-se do escuro,
Revivia Rimbaud
Artaud e cia.
À exaustão...

Temia
Luzir como podia:

Pecava às avessas,
Traía-se. 

E fez-se comum entre os chulos,
Assumindo a náusea alheia,
Infiel crente dos ismos.

Apagou-se chama
Por crer deselegante
A transcendência humana

E morreu desconhecida luz

Num mundo que,
Desesperado,
A pedia.


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