Habituara-se
Aos haréns baratos dos bordéis,
Aos freudianos rotineiros abismos
Para ser o que se diz que deve ser
Contemporâneo.
Temia as alturas
De ser claro,
Íntegro,
Esmerado em traço e cor,
Suave de coração.
Temia
Perder chão
Ao desvestir-se do escuro,
Revivia Rimbaud
Artaud e cia.
À exaustão...
Ao desvestir-se do escuro,
Revivia Rimbaud
Artaud e cia.
À exaustão...
Temia
Luzir como podia:
Pecava às avessas,
Traía-se.
Traía-se.
E fez-se comum entre os chulos,
Assumindo a náusea alheia,
Infiel crente dos ismos.
Apagou-se chama
Por crer deselegante
A transcendência humana
E morreu desconhecida luz
Num mundo que,
Desesperado,
A pedia.
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