Vejo-te a manquejar na noite, de bengala,
Cobrindo a cabeça com um chapeuzinho,
A visitar bordéis por distantes caminhos
Do centro de Paris onde te instalas.
O mundo é tua sala, tu és sempre sozinho,
Ainda que estejas em meio a tanta gente,
Desenhando rostos, corpos, a beber um vinho.
Tu és sempre o diverso, observador ausente.
"O que fiz de minha vida? Nada ou pouco
Fiz", tu pensas, a trabalhar em uns esboços.
"Eu, um nobre, um artista rengo meio louco".
Mal sabes tu o quê a humanidade espera:
Tuas cores e teus traços inspirados em Degas
Tuas cores e teus traços inspirados em Degas
Para descobrir em ti o que a Arte será.