sábado, 20 de dezembro de 2025

A certeza e o oposto



De onde eu sou, se nem mesmo ao certo, eu sei

Meu endereço, ou o rumo dos meus passos?

Sei, sim, de um rio que nasce por Galícia e 

Abraça Valença, Cerveira, Monção e Melgaço,


Indo a esvair-se nos volumes do Oceano imenso.

A onde nasci não mais pertenço. Naquilo que vivi

Eu nem mais penso, daquilo que eu fui sou o avesso.

Mas, longe do berço, o roto casulo eu reconheço.


Ainda assim e, talvez, justo por isto, agora eu sei

Que sou filho de mim, sou o meu país e a sua Lei,

Liberto de partidos, ideologias, religiões, pertenças,


Demasiado humano, oposto do herói, sem ser avaro,

Livre para viver meu próprio Tempo, Aasvero ao reverso,

E, grato à vida pelos dons, sonhos e sendas, eu não paro. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário