De onde eu sou, se nem mesmo ao certo, eu sei
Meu endereço, ou o rumo dos meus passos?
Sei, sim, de um rio que nasce por Galícia e
Abraça Valença, Cerveira, Monção e Melgaço,
Indo a esvair-se nos volumes do Oceano imenso.
A onde nasci não mais pertenço. Naquilo que vivi
Eu nem mais penso, daquilo que eu fui sou o avesso.
Mas, longe do berço, o roto casulo eu reconheço.
Ainda assim e, talvez, justo por isto, agora eu sei
Que sou filho de mim, sou o meu país e a sua Lei,
Liberto de partidos, ideologias, religiões, pertenças,
Demasiado humano, oposto do herói, sem ser avaro,
Livre para viver meu próprio Tempo, Aasvero ao reverso,
E, grato à vida pelos dons, sonhos e sendas, eu não paro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário