A verdade:
Por ela já morreu um hebreu,
Um ateu, já se prendeu
Alguém como eu.
Por ela já se deu
Revolução, ou se desfez
O que esta fez,
Quebrando um muro
Aos murros.
Todo discurso burro
Pensa dizê-la,
(Ela, sobre a qual
O sábio cala).
E qualquer idiota
Quer ensiná-la
Com a força de um decreto
Ou de uma bala.
A verdade
Tão diversa,
E complexa,
E incompleta.
Tão pessoal
Como um impulso
Ou uma idéia.
A verdade é um ideal.
Se te impõem
Uma verdade,
Destroem-te
Algo de valor igual,
A liberdade.
(E é nisto que consiste
O Mal.)
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
À busca de Marcel
Sinto a luz coada pelo vidro baço
Tocar-me a alma mais que o braço,
E as cores, os perfumes, tomar um sentido
Que é como uma memória de já os ter vivido.
Onde já percebi este aroma suave
Que vem bater à porta da memória?
E aquela cor alaranjada
Que deixa de ser quase nada
E torna-se crucial evento de minha história?
E são os tons, toques de cor numa retina,
Ou, então, os sons: ventos e passarinhos,
As marcas de tantos anos e caminhos
A se mesclarem em uma poção divina.
Tocar-me a alma mais que o braço,
E as cores, os perfumes, tomar um sentido
Que é como uma memória de já os ter vivido.
Onde já percebi este aroma suave
Que vem bater à porta da memória?
E aquela cor alaranjada
Que deixa de ser quase nada
E torna-se crucial evento de minha história?
E são os tons, toques de cor numa retina,
Ou, então, os sons: ventos e passarinhos,
As marcas de tantos anos e caminhos
A se mesclarem em uma poção divina.
Realidade
Os meus olhos perderam-se de ir
Seguindo a terra até onde ela termina:
Ali, o horizonte é a última esquina
E restam o abismo e o negror com estrelas.
Além, tudo se passa sem que a gente saiba
E somos observadores do que não sabemos.
Não cabemos no espaço onde o Todo caiba,
E é neste ínfimo intervalo que então vivemos.
É preciso olhar de novo para minha terra,
Nela reconhecendo o que sonha e erra,
Mas que, por ser meu igual, eu compreendo
Em toda dor e júbilo, prazer ou desgraça.
Somos plantas com raízes no que vem e passa,
Neste pequeno mundo, a seguir crescendo...
Seguindo a terra até onde ela termina:
Ali, o horizonte é a última esquina
E restam o abismo e o negror com estrelas.
Além, tudo se passa sem que a gente saiba
E somos observadores do que não sabemos.
Não cabemos no espaço onde o Todo caiba,
E é neste ínfimo intervalo que então vivemos.
É preciso olhar de novo para minha terra,
Nela reconhecendo o que sonha e erra,
Mas que, por ser meu igual, eu compreendo
Em toda dor e júbilo, prazer ou desgraça.
Somos plantas com raízes no que vem e passa,
Neste pequeno mundo, a seguir crescendo...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
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