sábado, 19 de maio de 2012

Noitinha no Pampa


O Pampa à tardinha emana o perfume
De terra fertilizada pela chuva fina
E às coisas acaricia uma brisa vinda
Da sagrada cordilheira que se eleva ao sul.

Tudo se encurva, enovela-se em sono,
Tudo divaga entre as memórias do dia,
Tudo se aninha, se abraça a algum dono,
Ou pai, ou mãe, ou amor, ou abandono.

A noite vem, lentamente, a lançar veladuras
Sobre o azul prateado das cores do céu
Até cobrir o horizonte com tintas de breu

E então, ah! então  o campo se transfigura
Em cósmica paisagem, em estelar fogaréu,
Desconhecido Mistério, a estância de deus.


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