Tomar a vida para mim, dizer-lhe: tu és minha!
E todos os momentos, tê-los meus
e livres,
Poder ver no amanhã um completo mistério
Sem ter os passos certos das rotinas dadas.
Descerrar uma outra vida desta que eu tenho
E ver o que seria se não houvera sido,
Deixar-me navegar nas horas sem relógio
Vagar contente e tolo entre noite e dia.
Ser outro que não sou, mas o qual sempre fui
E atar meus dons a algum celeste corpo,
Sagrar-me nauta e singrar-me inteiro.
Abandonar, por fim, o mapa do tesouro
E desfrutar do ouro que eu sempre tive:
Desejos desta idade que minha alma vive.
Tomar a vida como cicuta
ResponderExcluirde um trago
morrer dela como morre
um poeta magro
quem nem o trovão escuta
apaga-se com'o clarão da vela
ao vendaval do monte
tomar a vida como certa
e morrer seguro como um asceta
teso e duro
quem o escuta ?
quem escuta o poeta?
Aquele que tod'alma assim berra
por execução certa com ferro
e cicuta
mas a porta deste será sempre
forjada a fogo e ferro
(abraço)
maravilhoso...
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