domingo, 11 de agosto de 2013

inesperada poesia




Palavras a toque de caixa,  em desabalada carreira,
Vem com estrépito de águas caindo de uma cachoeira,
Como a gravidade caiu para Newton de uma macieira,
Como a iluminação chegou a Sidartha sob uma figueira.

Palavra brotando do alto, ou de baixo, como bem queira.

Surge, laica e sagrada, a poesia, do nada, ou da totalidade
Mostrando imagens que não existiam na minha paisagem,
Como o amanhã que desborda universos nas bordas do dia
Ou a manhã que borda o avesso da noite na seda de um dia.

Assim me vens, poesia,
Quando deixei de buscar-te pensando que não mais voltarias
Chegas cantando, nem mesmo buscando as rimas que fias

E me deixas, pasmo, a pensar:

Que poeta te cria?






Nenhum comentário:

Postar um comentário