Palavras a toque de caixa, em desabalada carreira,
Vem com estrépito de águas caindo de uma cachoeira,
Como a gravidade caiu para Newton de uma macieira,
Como a iluminação chegou a Sidartha sob uma figueira.
Palavra brotando do alto, ou de baixo, como bem queira.
Surge, laica e sagrada, a poesia, do nada, ou da
totalidade
Mostrando imagens que não existiam na minha paisagem,
Como o amanhã que desborda universos nas bordas do dia
Ou a manhã que borda o avesso da noite na seda de um dia.
Assim me vens, poesia,
Quando deixei de buscar-te pensando que não mais voltarias
Chegas cantando, nem mesmo buscando as rimas que fias
E me deixas, pasmo, a pensar:
Que poeta te cria?
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