O homem tem no íntimo a visão do que há de
ser,
E quem compreende o silêncio lá do fundo pode
ver.
Mas, atenção!: a fruta rara que o futuro nos reserva
Se vem ao mundo fora de hora é a venenosa
erva
Que incapacita a criatura de aceitar a realidade,
E a faz rígida, cruel, serva do ideal que a invade,
Capaz de matar pela paixão de um mundo sem
defeito,
Cindir a tribo, destruir o germe do
amanhã ainda imperfeito.
A percepção do ideal é uma faca de dois
gumes:
Ou nos faz trazer ao mundo o céu que habita nosso peito,
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