Andava pelo Bonfim desfrutando a vida
Com passo despreocupado e sorriso na boca
Até que te vi, garoto, me olhando do
chão
Como se fosses coisa, ou lixo ou um
cão...
Mas o teu olhar que eu já vira perdido
Nos transes de crack, a morte em que vives,
O teu rosto que eu já vira dormido
Nos cantos da esquina, coberto por panos,
Desta vez era o teu: olhos verdes e
tristes
Como os do meu irmão, ou outro eu pelo chão
E a vida, que era estrada, fez-se beco sem
saída:
Como pode? por que? para quê? qual a razão?
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