domingo, 11 de janeiro de 2015

religiões


A crença que te prende e cega, e ensina
A odiar seres humanos de outras crenças
E mata em ti o ideal de viver livre
E  de aceitar tua humanidade e a de outras gentes,

Não é religião, mas sim doença
E seus santos e profetas são dementes.

Porque a misteriosa fé que trazes na alma
É filha do ímpeto de unir-se em amor ao mundo
De difundir o bom e o belo, sendo livre
Pois apenas ao ser livre se é fecundo.

Uma fé só tem sentido se desperta
A luz da compreensão, que nos revela
Que cada ser humano é diferente.

Se todos somos anjos das estrelas
E somos aves para voar nos céus,
E também, árvores presas a raízes,
Se somos feras, víboras do mato,

Além disto, indecifrável paradoxo,
Temos no centro do centro do que somos
Uma centelha da fonte de consciência
Em torno da qual gira o universo

(De um santo, de um ladrão, de um cão ou gato.)

E embora sendo partículas de poeira
Sujeitos à ilusão, à dor e às mortes,
O que nos torna irmãos e semelhantes,

Somos cada um na vida um ser diverso,
Face distinta de um deus a revelar-se:

Um deus-infante, único, independente. 


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