Silencio
E te escuto, poesia.
Ouço mal, porém.
Se eu te ouvisse bem
Como serias?
O poeta é sibila
Em transe abrasada
Na profunda cova.
A voz do deus
É apenas sussurrada,
Confunde-se
Com o som do vento
Que também sibila
Que também sibila
E é murmúrio de nada.
O poeta brinca
De telefone sem fio
Com um, dez, mil
Intermediários.
A sibila de Delfos, Michelangelo.
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