quinta-feira, 31 de março de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
sem retorno
O mal tem seu poder na fé das gentes
E ao demonstrar ser falso perde a força.
A força que o mal tem vem do que mente
E ao desnudar-se o mal, desfaz-se a farsa.
Definitiva é a consciência deste fato,
Nada refaz a inocência que o mantinha.
O que um dia foi perfeito é caricato:
Livre está o Povo da mentira que o cindia.
sábado, 26 de março de 2016
Yeshua
Yeshua anda ainda pelas ruas pedregosas da
antiga Jerusalém
Nalgum registro fixado nas
fímbrias da rede do tempo.
Sorri ao sentir o sol tocar
sua face e semeia a boa nova,
Ad aeternum.
Vidente, revela-nos destinos e canta seu hino sem medo ou disfarce,
Ad aeternum.
Alheio à sombra que o segue e espreita, ao espírito de seita,
Ao desastroso poder dos tolos que tolhe, ilude, mata,
Fragmenta.
Fragmenta.
E soa para sempre sua voz cristalina a prometer o céu interior ao justo,
A ensinar que o amor é a força capaz de transformar o mal do mundo
No que o mundo tem de melhor.
Que o amor é a fonte da sabedoria:
Que o amor é a fonte da sabedoria:
A manhã luminosa brota da noite sombria.
Quem o sabe tem a fé.
Quem o sabe tem a fé.
Yeshua segue ainda falando aos mendigos, leprosos, aos perdidos,
Aos doentes, dementes, tolos, aos intelectos descrentes, a mim,
Pelas ruas pedregosas da antiga Jerusalém.
Páscoa
Silencia agora, larga o apuro
Que empurra, rompe a teia e
Enleia-te na ceia suave que o dia,
Ao espraiar-se lento, oferece.
Silencia em prece e em poesia,
Para que flua, enfim, num sopro,
O espírito que procuras e adias.
Porque o tempo, que nos leva,
Nos reduz a luz e sabedoria:
Disseca, revela, rompe a casca,
Aprofunda raízes, desvela céus.
Porque o tempo é um dedo
A apontar na direção do olhar
De um misterioso Deus.
terça-feira, 22 de março de 2016
A morte em vermelho
Em homenagem a Leandro Balcone
Derramou-se vermelho
Em tua alva camisa.
Sete balaços
Mataram teus passos
E a faca precisa
Abriu criminosos
Espaços no peito,
Entre os braços,
Rompendo os laços
Que tinhas com a vida.
E os anjos do alto
Dos céus da Amazonia
Choraram tua morte.
Os santos lembraram
Do crucificado
A verterem dos olhos
Lágrimas rubras
Nas velhas Igrejas
De São Salvador.
Choraram Orixás
Nos terreiros de umbanda,
Teu corpo lembrando
Em vermelho manchado.
Francisco chorou,
Nos caminhos de Minas,
A encomendar tua alma
A seu suave Senhor.
As musas mulatas
As nisseis e as loiras,
Choraram elas todas
Por crime tão vasto,
Tão torpe, nefasto:
Calar o teu grito
Com sete balaços
E covardes facadas,
A roubar-te tudo
Como se fosses nada.
Chora a Pátria
Pela qual verteste
Na alva camisa
O teu sangue em
Vermelho.
O teu sangue em
Vermelho.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/advogado-e-morto-em-seu-escritorio-em-guarulhos-na-grande-sp.html
sexta-feira, 11 de março de 2016
Paz
Não há paz, há pazes.
Há aquela paz do melhor que tu fazes:
A que, em meio às lutas da vida,
Mantém tua alma sorrindo
E, entre os destroços dos sonhos,
É capaz de viver algo lindo.
Há a paz cujo oposto é a injusta guerra:
A paz dos que constroem céus na terra,
Que relevam dissidências sem sentido,
E, ao amar o semelhante, seguem em frente
Edificando o futuro a partir do presente.
Mas há uma paz cujo oposto é coragem,
A paz dos que temem e preferem calar-se,
Dos que mantêm o inferno sob sutil disfarce:
A Paz do Terror, que honra às tiranias.
A paz cujo oposto é vergonha
na cara,
Revelação do que és no silêncio do bando.
Esta paz é a derrota numa vida que
adias
É a paz de um cadáver que segue andando.
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