quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Incógnitas

Meu olhar espia o que espreita
Dalém do horizonte percebido.
O coração, aos pulos, me palpita:
Qual o novo rumo? Indefinido.

Que porto me aguarda como em parto,
Que promessa me aponta o seu dedo,
Que espera me impede de estar farto,
Qual desejo se disfarça de ser medo?

Só se sabe o que será seguindo adiante,
Ou em sonhos, os sussurros do futuro:
Sou barco navegando nos instantes,

Mas perder-me é que me torna navegante,
A viagem é o meu próprio ancoradouro.

Como é sombra o que faz a luz brilhante.


Michelangelo Merisi da Caravaggio

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