domingo, 17 de maio de 2020

Poema da quarentena V

Menos filosofias sobre o Ser,
Menos carisma, inconsistências,
Menos discurso, mais ciência,
Menos palavra, mais silêncio
E alguma dose de inocência.

Há quem confunda intelecto
E consciência, lucidez com poder.
Mas o poder é um sopro apenas,
A lucidez é o espanto de viver
Na fluidez das coisas pequenas
Que imaginávamos reger.

Silencio e vivo alegrias e penas
Antes que o fim me varra, ali adiante,
Antes que tua voz não mais me beije
O ouvido. O sentido é mais amar.
O resto, olvido.



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