Sobre a Antítese
Um artista e teórico de Arte, Rollo May, embalado pelo espírito dialético, num dos seus livros, dá um exemplo de Antítese aplicado à criação pictórica: você tem uma tela vazia diante de você. Você lança tintas, “destrói” a cor vazia da tela e, só depois, cria. Ou seja a obra surge a partir de um processo de destruição. O ingênuo pensa: que lúcido! Mas a ideia é apenas metáfora idiota. A obra, na verdade, é criação a partir de suporte vazio. No contexto dos processos civilizatórios, as “revoluções” (sempre provocadas por idealistas que colocam princípios acima da mediocridade humana, ou seja, uns sociopatas) desencadeiam retrocesso à barbárie, destruição de países, genocídio.
O processo civilizatório equilibra-se no aprendizado e na acumulação de saberes, gradativamente, com cuidado para não romper o precioso fio que nos libera do Minotauro arcaico, da besta ancestral fratricida, parricida, filicida (conforme narrativas antiquíssimas como os Mitos e o Velho Testamento, livro sagrado para alguns).
Aprendizado, construção, colaboração, criatividade, sínteses progressivas a partir das carências e da ignorância. Assim se aprende, assim se constrói uma pessoa, um país, se edificam os novos tempos.
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