domingo, 21 de março de 2021

Dias agrestes

 



Vidas desfeitas, corpos rotos,
Amor recôndito, em espera
De que o inverno dê seu broto:
Novos tempos, primavera.

Vejo a vida da janela
E pela janela dos olhos
Também a vida me vê.

Separados pelo vidro,
Estamos ambos cativos,
Querendo o vidro romper.

Sem pressa, suavemente, 
Dança a vida nos ciprestes,
É primavera, o sol amansa
Desesperanças agrestes. 


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