Quem sabe ver
Sabe calar-se
Para dissecar o real,
O que se mostra
Ou se oculta
No disfarce do Ideal.
Sabe ouvir,
Mais que as essências,
Às gritantes evidências.
E sabe ter o desencanto
Com ícones,
Ídolos, santos,
Gênios, profetas,
Causas, partidos,
Literárias utopias.
Despir a vida
Do ruído
Da militante poesia.
Sabe ver com
Olhos de águia,
Sabe ler
Verso e reverso,
Sabe ser
Um solitário
A dissecar o discurso.
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