Sou do mundo dos sonhos,
Dos símbolos, das fábulas.
Escuto a voz que ensina
Nas madrugadas,
Em lugares que desconheço
Num real que é seu avesso,
E disto sei que é preciso
Crer e descrer, duvidar
Como quem sonda
Os abismos do mar
Como fez Tales
De Mileto,
A mirar as ondas.
Cifradas mensagens,
Duplo sentido em imagens
Esboços obscuros
De planos futuros,
Desejo escondido
Em nebulosa paisagem,
Aí se confundem
Sombras e luzes
Pois disto
Se é composto,
Como os dois lados
De um rosto,
O Ideal que é o disfarce
Do seu oposto,
E a duração total
De um dia.
Crer e descrer,
Rejeitar profecias,
Sempre mais desvendar
Para chegar a uma fé
Que distingue verdades
De fantasias.
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