sábado, 14 de outubro de 2023

As Cores II (Ode aos cinzas)

Amo as cores a combinar-se recriando o Espectro, 

Ou a exibir-se com as nuanças dos matizes puros, 

E amo o cinza em todos os tons, de chumbo ou prata,

Cinza de névoas a proteger-nos do sol duro.


Cinza das nuvens, cinza crômio, cinzas Outonais

Em que o rosa, por amor, irmana-se com os grises

E entretons de amarelo nas bordas quase brancas

De imensos cúmulos-nimbos desfazendo o calor. 


Cinzas grafite das pedras, paredes, ruas, estradas,

Enfeitiça-me o cinza que se torna azul ao longe

Ao dar volume às distâncias colorindo-as com ar. 


Amo o cinza nas vestes, neutra cor das elegâncias,

Nebuloso oposto das ânsias, tesões da cor a berrar. 


O humilde cinza que some para o conjunto brilhar.



2 comentários:

  1. Talento - a cada verso, construo mentalmente as paisagens, misturando minhas cores do AGORA... a cada instante de rejeitará desta poesia, novas cenas me impulsionam.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amigo, obrigado pelo comentário. Grande abraço.

      Excluir