terça-feira, 25 de abril de 2023

A Revolução dos Cravos

Assisti um documentário no Netflix que me fez refletir sobre a grandeza diferenciada de certos povos, certos países, e sobre a Revolução dos Cravos, data hoje comemorada em Portugal.

O filme que vi e recomendo é Drottningen Och Jag, realizado pela famosa cineasta Iraniana-Sueca Nahid Persson. 

Para o filme, durante longo tempo, Nahid entrevistou aquela que foi imperatriz do Irã por 30 anos, a ainda bela Farah Diba, até que o regime monarquista sob o comando do Xá Reza Pahlevi foi substituído pelo dos aiatolás, a começar pelo Khomeini. 

Durante a minha juventude, a informação das mídias internacionais descreviam o regime corrupto da monarquia iraniana, o que tinha algo de verdade, e não houve família mais execrada em termos midiáticos e políticos que os Pahlevi. Até que a oposição desencadeou a "Revolução Gloriosa", destituiu o xá,  e a família Pahlevi teve que buscar exílio em diversos países. Os responsáveis pelo golpe constituíam-se de um bando heterogêneo formado por fanáticos islâmicos, socialistas incendiários e criminosos sob às ordens da URSS que tinha interesses em alargar seu poder e território, com a ingerência de alguns países ocidentais poderosos. Pois a revolução resultou num Totalitarismo religioso, que dura décadas naquele país e executa mais que torturas, também assassinatos em massa de opositores e abolição das liberdades individuais. Isto se sabe e se divulga agora, mas naqueles tempos estes criminosos eram os heróis dos intelectuais de esquerda. A velha história. 

Pois a cineasta era uma jovem comunista que lutou pela Revolução e foi sua vítima logo após, tendo conseguido fugir do Terror para Suécia. Farah Diba (Pahlevi) e Nahid Persson, duas iranianas confrontam seus passados e presentes com uma grandeza emocionante. O carisma de Farah Diba mantém-se inalterado. Recomendo o filme.

Mas o que refleti não foi só isto. 

As revoluções recorrentemente têm prometido concretizar o céu na terra e acabam empurrando países ao inferno (vide a América Latina de hoje). A intelectualidade tem sua responsabilidade nisto por amar as ideologias mais que a realidade possível, dentro de um idealismo quixotesco.

Pois o que me encanta neste dia é a grandeza de um país que nos recebeu como lar: Portugal. 

Sua Revolução dos Cravos é ímpar, única na História desde a primeira das grandes revoluções da Idade Moderna, a Francesa. 

Uma revolução pacífica, com seus ideais socialistas libertando os portugueses de uma ditadura prolongada, sem armas, sem mortes coletivas. E os resultados prometidos, claro, depois de grandes dificuldades e mesmo erros (como não haver erros?) foi realmente Liberdade. 

A União Europeia trouxe a Portugal, como à maioria dos países da Europa, a garantia de um clima de respeito às diferenças e de progresso coletivo, concretizando a estabilidade numa vasta parcela do mundo. Uma imensa comunidade de países, em um contexto de Liberalismo com fortes políticas sociais. Nada a ver com o socialismo coletivista da primeira metade do Século XX, que gerou (e ainda gera) miséria, tirania e exílio às populações. 

Como refletiu Arendt: "a Comunidade da União Europeia só surgiu quando os socialistas finalmente desistiram do Comunismo". Eu humildemente acrescentaria: quando a força dos fatos obrigou a uma ação Política que visa o melhor da realidade e abandona a "mentira sistemática".

Quem incomoda neste momento é aquela mesma URSS, ainda transvestida de democracia, ainda a ditadura da Mentira. 

Portugal, e a Comunidade Europeia, souberam conjugar o que há de melhor até agora dos ideais Humanistas aplicado à Política e à Economia.

Portugal tem exatamente este espírito: um grandioso (pequeno) país que soube cumprir o seu melhor destino. Lembrando o poeta, Portugal cumpriu-se. 

Parabéns, querido Portugal, pela Liberdade e o bem-estar social! 

Viva a incrível, benigna Revolução dos Cravos.

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Apenas um semi-analfabeto corrupto e falastrão?

Depois de grande polêmica sobre Lula discursar numa celebração do maior valor para Portugal, eu me pergunto:

- Como pode um ex-presidiário, julgado e condenado em 3 instâncias pela Justiça Brasileira (a porção realmente qualificada da Justiça), liberado apenas num esquema político por um tribunal formado por indicação política, discursar em uma das festas máximas de Portugal?

- Como pode discursar o ex-presidiário, após as declarações em que ataca as condutas excelentes (do ponto de vista ético e legal) da União Europeia e dos Estados Unidos, e dos demais países realmente democráticos, em relação à criminosa invasão da Ucrânia pela Rússia. 

Sabe o governo Português o que está por trás disso, em termos de interesses comuns dos criminosos russos e os dos países latino-americanos talvez mancomunados?

Além da mediocridade intelectual do falastrão brasileiro criador de cizânia, de suas opiniões toscas, de seu mau uso da língua Portuguesa, o que se esconde por trás deste discurso absurdo e incorreto? Quais suas verdadeiras intenções de Poder?

As relações políticas deste sujeito têm sido os Castro, Chavez, Maduro, Ahmadinejad, al-Gaddafi, a corrupta família Santos de Angola.

Admiro o presidente Marcelo Rebelo de Souza, mas vê-lo literalmente curvando-se para fazer honras a essa pessoa me pareceu uma fraqueza por demais ingênua.

E eu tenho me perguntado nestes últimos dias:

-Como podem os Portugueses, entre os quais eu agora me incluo, compactuarem com um discurso que tenta dividir os europeus e os norte-americanos, aliados numa causa justa de libertação da Ucrânia invadida por criminosos das máfias russas?

Como um homem desse tipo discursará ao digno povo Português?!

Eu não esperaria outra postura de alguém como aquele sujeito, mas confesso que jamais esperava uma posição assim de Portugal e de sua imprensa.

Os europeus devem despertar desta fantasia de imaginar Lula um grande homem injustiçado por "fascistas". Ele não é um injustiçado, nem são fascistas mais da metade dos brasileiros incluindo os mais lúcidos, os quais merecem respeito. 

Torço pelo Brasil, torço por Portugal e pela Ucrânia.