sábado, 21 de janeiro de 2023

Deuses malditos (todos, de qualquer lado)

(Lembrando de Luchino Visconti e seu La Caduta degli dei, 

traduzido no Brasil como “Os deuses malditos”)


Deixei de crer nos deuses malditos,

Os tais "gênios" devoradores de valores,

Ao decifrar meus próprios mitos

Revelados pelos sonhos e amores.


Calei a lábia desses "deuses decaídos"

Destiladores de ideologias

Que confrontavam nos meus ouvidos

Cacofônicas filosofias.


Pude ver na realidade os frutos podres

Da criação de um Novo Mundo:

Crimes, Terror, arbítrio e fome.


Os ativistas destruidores do que existe,

Jamais atingem algum oposto desejável

Pois arrasam o melhor que há no Homem.


Amo Portugal

 

Amo Portugal
Isto já é certo,
Este estar quieto
Por fora
E por dentro 
Completo.

Amo estar 
Sob o meu teto.
Amo o Portugal
Do amor discreto.

Amo seus verbos
No infinitivo
Em que ir vivendo
É estar (bem) vivo.


sábado, 7 de janeiro de 2023

os incomuns



Sou do tipo incomum 

Que fica feliz

Quando há neblinas 

Numa tarde gris. 


Nuvens flutuando 

Nas ruas comuns

Pintam de mistério

Qualquer esquina,

E os horizontes 

Despercebidos

São como a presença

Só pressentida

Das coisas divinas.


Mas eu amo também

As cores pintadas

Por suaves chamas

De alguma brasa

Que ao se desfazer

Dá vida à  casa.


Alegrias tão simples

De quem ama o inverno

Como decifrar sonhos

E sussurrar versos.