quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Delfim e seus instintos

Longe deixei meus trajes velhos, despi-os,
E os pés descalços tramaram novas rotas.
Meus caminhos foram feitos de desvios
Que uma bússola de nave na alma aponta.

Permito me guiar por esta força interna
Que cria o rumo à frente nos meus olhos,
Retesa-me o corpo, move-me as pernas,
  Como voz em sonhos a odisseia monta. 

Penetro nu em mares não sabidos,
Futuro de um passado morto por vivido,
E nado enfim, delfim que sou, buscando o lar.

Onde, e se, chegarei eu apenas pressinto
Crendo que ser eu mesmo, e eu não minto,
Seja seguir esta força aonde me levar. 



 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Suicidas (e criminosos) inconscientes

 Em relação à maioria das doenças preveníveis por vacina, a vacinação de uma porcentagem ampla da população protege mesmo os não-vacinados por um processo denominado "imunidade de rebanho". 

Contudo, se decrescem as taxas de vacinação devido, por exemplo, aos movimento anti-vacinas, voltam as doenças a apresentar sua forma epidêmica, que é representada em termos estatísticos pela fórmula R>1.

Este é o caso da recorrência nos últimos anos de extensos surtos de sarampo em populações europeias e da América do Norte, com a volta das mortes por sarampo. Algo inadmissível para uma doença que havia sido eficazmente controlada há décadas. Como dizia um índio personagem de filme: "Too much TV" (hoje, em dia seria "too much internet"). O risco, neste caso, é em primeiro lugar para os não-vacinados. 

Tinha uma amiga, aparentemente inteligente e com curso universitário (se é que estes critérios valem alguma coisa) que quase perdeu os dois filhos e a própria vida por se basear em leituras malfeitas na internet sobre imunização contra o H1N1. Tudo muito "alternativo" e "progressista". Eu havia recomendado vacinar, mas com algumas pessoas não há argumento que resolva. Espero que tenha aprendido.

Pois com o Covid19 está assim: há a manutenção da epidemia entre os não-vacinados nos Estados Unidos e Europa, com mudança do perfil de internações, incluindo  UTI, e óbitos, que passaram a ocorrer entre os mais jovens. As vítimas mais vulneráveis da desinformação. 

Ocorre que os vacinados, mesmo sem sintoma, se têm contato com o vírus podem contaminar aos outros, não-vacinados, pelo menos com variantes virais do tipo delta. Assim, torna-se bastante difícil chegar à desejada imunidade de rebanho.

Para os demais, vacinados, há risco? Se a parte da população não-vacinada mantém o padrão epidêmico, há a possibilidade de surgirem mutações que escapam à prevenção das vacinas disponíveis. Os centros de investigação em epidemiologia e vacinas estão atentos a isto, analisando as variantes que despontam em todos os continentes, e buscam  ampliar o espectro de proteção das vacinas.

Contudo, neste momento da Pandemia seria fundamental buscar condutas governamentais de Precaução, mais baseadas na evitação, ou pelo menos na diminuição, do risco. 

Ou seja, obrigatoriedade da vacinação, pois os riscos à Saúde Pública em situação Pandêmica podem ter prioridade em relação à autonomia individual. Ou, pelo menos, um certificado digital para entrar em restaurantes, meios de transportes e lugares públicos.

(humilde opinião pessoal)...