terça-feira, 12 de abril de 2022

Sobre a cobertura midiática da Invasão à Ucrânia

Quem quer conhecer as justificativas do assassino Putin para a guerra? 


Quem quer assistir os pronunciamentos da gangue que cerca o covarde? Suas marionetes desumanas.

A quem interessa ver hoje este demente dizer que não tem interesse em “ficar com as terras da Ucrânia”? 

Ou seja, era apenas para invadir, destruir tudo e matar…

Quem aguenta ouvir comentaristas explicando  a guerra como se houvesse algo razoável nisto tudo, generais discutindo táticas de batalha como o fazem os amantes dos programas  de crimes? Necrofilias.

Milhares de mortos, incluindo centenas de crianças, um sem número de famílias desfeitas, um país destruído por este criminoso de guerra.

Um anacronismo absurdo, um retorno aos imperialismos obscenos da primeira metade do século XX, uma traição à Humanidade.

Vingança de um país preso a uma interminável idade média, apesar das armas e alguma tecnologia, contra um Continente que soube transcender aos ódios ancentrais entre povos. Povos agora irmãos. 

Vingança contra um mundo que conhece e despreza as ideologias totalitárias.

É bom saber que a república Checa, que sofreu na carne o terror soviético estará no comando da União Europeia a partir da metade de 2022. E irá, como afirma, dar pressa à independência europeia dos combustíveis russos. 

Quem sabe não venha a ser uma nova libertadora Primavera de Praga, desta vez para a Ucrânia.

domingo, 10 de abril de 2022

Gaivota

 

Um dia vou sentar-me nessa praia
Do mar mediterrâneo de um meu sonho
E dar adeus à vida que conheço,
Sem dor, e por que não, até risonho.

Uma canção, talvez La Malagueña*, 
Inspiração para a última poesia,
Memórias de tristezas e alegrias,
Vitórias de uma alma sempre prenha.

Vou te dizer adeus mirando ondas
No sopé onde se vê a Serra Nevada
Lembrando o que amamos em Granada.

Uma gaivota irá do mar até as montanhas
Para trazer, última vez, desde o Albaicín
Uns versos de flamenco para mim.


 
El Albaicín

* La Malagueña- música mexicana de 1947 sobre um amor em Málaga, Espanha. 

Cume

 

Altas montanhas coroadas de neblinas,
Vestes de pedras nos penedos,
Vertentes de onde brotam frias fontes
Geradas nas geleiras em degelo.

Tão altas que as árvores esgotam,
E mesmo o ar é raro e mais precioso,
Cume inclemente ali de onde miramos
A imensa pele verde das planuras.

Em ti também existem as montanhas
Penhascos que escalas com esforço
Em busca da quietude nas entranhas

Onde os gestos são tão raros como o ar,
Nenhuma palavra dita é necessária,
E abarcas vida e mundo sem pensar.


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Mentira, verdade

 Ao contrário do que diz o dito popular, a qualidade é a alma do negócio. 

Outro dito, neste caso de um criminoso de guerra inspirador do Putin: uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade. 

Mas, a mentira se destrói com o tempo, a verdade sempre vem à tona. Os mentirosos são óbvios logo, logo. 

Claro, sempre haverá quem consiga negar que reconhece a mentira, esquecendo que mente para si mesmo, mas neste caso é enfermo.

A Rússia vive uma situação lamentável e vergonhosa. Bandidos e mentirosos. É a evidência dos fatos e das fotos! 

Mas há mais do que a mentira russa. A Alemanha e outros ricos europeus, reis da ecologia e do politicamente correto, acusadores do Brasil, gastaram desde o início desta guerra, cerca de 35 bilhões de euros (em pouco mais de um mês), sustentando a monstruosidade russa, para obter os combustíveis fósseis, poluidores. Uma vergonhosa dependência longamente mantida. Enfim, mais uma vez, ninguém viu a realidade antes do crime contra a Humanidade acontecer. Ou fez que não viu. 

Como escrevi num poema há algum tempo:

“Mentira, tua vitória será tua derrota!”

                           ………………

O outro lado da moeda, a Verdade, ela não discursa. Ela não prega ideologias, não filosofa. Com seu silêncio, ela também é óbvia, visível: uma jovem ucraniana, atende a população de uma das cidades devastadas pelos russos. Está feliz porque foram conseguidos alimento e remédios para distribuir à sua gente que há dias não come, não tem eletricidade. Mesmo água falta. 

Ela ajuda aos seus concidadãos. Diz que agora está melhor, pois há o que distribuir aos demais, reconhecendo que há o risco de que voltem os invasores. Isto agora não lhe interessa pois tem algo para oferecer. 

O maravilhoso contraponto: a grandeza da espiritualidade humana que, com seu gesto corajoso,  salva vidas. E, quem sabe, salve a Humanidade.