sábado, 23 de maio de 2020

oração

«Le visage du prochain me signifie une responsabilité irrécusable, précédant tout consentement libre, tout pacte, tout contrat.» 

«(...) j'ai toujours pensé que l'élection n'est pas du tout un privilège; c'est la caractéristique fondamentale de la personne humaine, en tant que moralement responsable. 
La responsabilité est une individuation, un principe d'individuation. Sur le fameaux problème, «l'homme est-il individiué par la matière, individué para la forme?», je soutiens l'individuation par la responsabilité pour autrui.»


Emmanuel Lévinas



Quero ir além
Da felicidade
Que me deste,

Quero servir-te,
Senhor, pelo tempo
Que reste.

Minha alma
É inundada
Do Amor que
Ofereces,

Quero levar
Este dom a
Quem padece.

Fruo na mente
O que aprendi
E o que ensinas.

Que minha ação
Seja instrumento
Das tuas mãos divinas.

domingo, 17 de maio de 2020

Poema da quarentena V

Menos filosofias sobre o Ser,
Menos carisma, inconsistências,
Menos discurso, mais ciência,
Menos palavra, mais silêncio
E alguma dose de inocência.

Há quem confunda intelecto
E consciência, lucidez com poder.
Mas o poder é um sopro apenas,
A lucidez é o espanto de viver
Na fluidez das coisas pequenas
Que imaginávamos reger.

Silencio e vivo alegrias e penas
Antes que o fim me varra, ali adiante,
Antes que tua voz não mais me beije
O ouvido. O sentido é mais amar.
O resto, olvido.



domingo, 3 de maio de 2020

Canção de Seikilos

Música/Poesia grega antiquíssima (200 aC), composta por um marido para sua esposa que morrera.  É a mais antiga composição musical completa incluindo notação musical.
No epitáfio gravado em pedra lê-se: "Eu sou uma lápide, uma imagem. Seikilos me pôs aqui como símbolo duradouro de uma recordação eterna"


"Enquanto vives, brilha,
Não te aflijas além da conta.
Pois tua vida é tão curta

E o tempo cobra o seu preço."




Hino Órfico a Dioniso

Evoé, ninfas! evoé, Baco!
"Vem, bendito Dioniso, deus de múltiplos nomes,
com face de touro, filho do trovão, famoso Baco,
De poder universal a quem espadas, sangue e ira sagrada
deleitam com euforia, ó louco, ó deus da voz ruidosa,
Ó furioso inspirador que carrega a vara:
Reverenciado pelos deuses,
Ó deus que coabita com os humanos,
Vem benigno, com ânimo alegre, 

Suavemente".

https://youtu.be/3Xqf5iGjh34


Os gregos reverenciavam também a face telúrica, violenta, aparentemente absurda e sensual da Natureza, e que coabita conosco neste mundo.

Segundo Hino Délfico a Apolo

Por volta de 130 aC, poesia-música (ainda eram a mesma coisa) sobre o nascimento de Apolo (Phoebo para os romanos), filho de Leto:

"Venham, musas macedônicas que habitam os penhascos cobertos da neve do Helikon, a esta encosta do Parnaso de amplas vistas, onde os dançarinos são bem-vindos, e me transportem nas canções.
Cantem em homenagem a Apolo, arqueiro e músico habilidoso de dourados cabelos, a quem Leto gerou nas margens do pântano apertando com as mãos um grosso galho de oliveira verde-acinzentada enquanto paria."
https://youtu.be/8QQ_7QCJfu8


Eu me arrisco a interpretar: o nascimento do deus da luz, do sol da lucidez, ocorre no ambiente de um pântano e envolve castigo divino de ter que sofrer as dores de um parto...ou seja, o processo do lento, doloroso, desenvolvimento Humano.