segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

O Admirável Novo!

"…Whatever proportions these crimes finally assumed it became evident to all who investigated them that they had started from small beginnings. The beginnings at first were merely a subtle shift in emphasis in the basic attitude of physicians. It started with the acceptance of the attitude ... that there is such a thing as life not worthy to be lived.... Gradually the sphere of those to be included in this category was enlarged to encompass the socially unproductive, the ideologically unwanted, the racially unwanted, and finally all non-Germans.... It is, therefore, this subtle shift in emphasis of the physicians' attitude that one must thoroughly investigate..."

Dr. Leo Alexander, assistente de acusação no julgamento de Nuremberg 

(fonte- https://www.ufrgs.br/bioetica)


Algo novo, algo novo!

Uivam os gênios, 

Os ídolos, os doidos,

Gozam os políticos espertos 

E idiotas acoplados,

Seus ideólogos.


Clamam todos: algo novo

Que comova multidões,

Gere frêmito e paixões,

E se imponha às gentes:

Combustível 

Para queimar o Presente!


E se falta no mercado 

Quem crie o Novo

Que se importe

De algum povo 

Amoral

Que o invente.


Novo? O mundo crê que o ignora

Mas a memória o recorda, ou pressente:

Revolução que mata e não cura.


Eutanásias!

Ainda que se danem 

Nas enfermarias,

Os doentes, malcuidados 

E sem analgesia.

Infanticídios!

Que as mulheres sejam

A massa de manobra

A destruir, com autonomia,

Bocas inúteis,

Suas “inúteis crias”.


Novo! Novo!

Que se transforme a Medicina

No ofício que, como esmola, 

Assassina.


Este Novo,

Tempero secreto dos totalitarismos,

Renasce de atavismos,

Fruto podre da selva arcaica,

Dos filicídios, parricídios,

Avós e crianças

Ao relento, repudiados.

Doentes ou dementes 

Piedosamente eliminados.


Novo, que devora

O mais belo símbolo 

Um dia sonhado

Pela Humanidade:

Não matarás

Como regra de ouro,

A Primeira Verdade.


Vitória desesperada

Da miséria moral de umas gentes 

Amnésicas, 

Desumanas, 

Toscas,

Endinheiradas.















quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Brasil 2023

 

Quando as ruas deixaram de ser tuas
E tornaram-se crimes e tragédias,
Tua casa invadida por facínoras 
A pregar a corrupção dos teus valores?

Onde ficaram os serões entre amigos,
Em que o chimarrão girava nas conversas,
Diante das casas do teu bairro antigo?
Quando se refugiaram teus vizinhos?

Quando os irmãos tornaram-se inimigos
Divididos nas disputas das escórias?
Quando perdeste a fé no Ser Humano?

Se podes ser o que eras antes disso
Reviverás  a alma que te habita
E paira muito além desses esgotos.