domingo, 13 de novembro de 2011

Andes

Os Andes delineiam elegante curva,
Crista branca sobre negra onda de pedra

E o Inca vê, no cume, Oceano ou selva:
Solitária flor ao vento que na rocha medra.

O Templo bebe a luz e sonha o Universo,
Riscando com um raio o rumo de uma estrela.

Llamas e alpacas, chinchilas e vicuñas:
Tesouros que se movem em sutil camurça.

Vulcão a refletir-se pelas águas verdes
De um lago suave nas altas planuras.

Nos Andes tudo aspira ao eterno e transparente:
O vento frio, o céu, as feras, e a gente.










sábado, 12 de novembro de 2011

Sagração da primavera em Porto Alegre

A primavera em Porto Alegre
É violácea,
É rósea a primavera
Em Porto Alegre.

E há suaves brisas
Perfumadas
Penetrando pelas portas
E janelas.

Há amor brotando
No teu peito
Como brota a flor de laranjeira,
E as idéias soltam-se a voar
Como faz a semente da paineira.

Nos parques
A vida se celebra
Porque a Primavera
Achou seu Porto.
Estás na Primavera
E, como as ruas,
Revives o renascer
De algum deus
Morto.

sonhar e viver

Dentro de cada um há o Futuro
E quase tudo o que se pode é conhecido,
Mas deixa-se passar o tempo esquecido,
Imaginando perfeições vindas do nada.

E nada vinga assim: vida vetada.

Quanto maior o sonho, mais te pede
A semente que gera o sonho, em ti guardada.
O sonho não te basta e tu medes
A dimensão da árvore brotada.