sábado, 26 de novembro de 2016

o herói do povo

Fidel Castro morreu

Com quantas vítimas se constrói um ídolo?
Com quantas mortes se edifica o herói?
Mortes de corpo e alma: mortos-vivos,
E os mortos por faca, forca, carabina.

Com quantos infernos institui-se um paraíso?
Quanto de miséria transvestida de riqueza, 
E gritos no calabouço silenciados por hinos?
Com quanto de pequenez encena-se grandeza?

Com quanto de violência se simula a Paz,
E de indecência proclamando-se a Utopia?
Com quanta mentira se calam as consciências?

Quanto de atraso implica um Novo Mundo,
Quanto de descaso, crueldade, mal profundo
Para haver o herói do povo e sua audiência?