sábado, 17 de julho de 2010

Um sonho

Do tempo, que nasce por que o espaço respira,
Vieste dizer-me que há mais do que eu via.

Estrela vestida de manto açafrão,
Voamos na noite da urbe dormente.

Cruzamos paredes de aço e cimento,
E entramos no Templo da Iniciação.

Falavas no cerne da minha caixa craniana
E era sem palavras que tu me dizias:

"Há um tempo sem tempo além deste tempo
E a vida é mais ampla se a alma se amplia".

Queria voltar contigo no tempo,
Queria manter-me para sempre no Templo,

Mas já era hora de arar, e o sol
Dourava teu manto, e tinhas de ir-te.

E assim tu partiste, e eu só e eu triste,
E eu a buscar te rever toda a vida.

Mas a tua imagem ainda ressoa:
De manto açafrão,
Grande alma, alma boa.


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