Do tempo, que nasce por que o espaço respira,
Vieste dizer-me que há mais do que eu via.
Estrela vestida de manto açafrão,
Voamos na noite da urbe dormente.
Cruzamos paredes de aço e cimento,
E entramos no Templo da Iniciação.
Falavas no cerne da minha caixa craniana
E era sem palavras que tu me dizias:
"Há um tempo sem tempo além deste tempo
E a vida é mais ampla se a alma se amplia".
Queria voltar contigo no tempo,
Queria manter-me para sempre no Templo,
Mas já era hora de arar, e o sol
Dourava teu manto, e tinhas de ir-te.
E assim tu partiste, e eu só e eu triste,
E eu a buscar te rever toda a vida.
Mas a tua imagem ainda ressoa:
De manto açafrão,
Grande alma, alma boa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário