domingo, 3 de abril de 2016

Covilhã: Cava Juliana

Covilhã, das altas montanhas
E das manhãs saborosas,
Frescas manhãs 
Em que retomo a vida e
Revejo tua figura bela.

Mas tu não és menina,
A História o desmente,
Cava Juliana,
Onde os avós romanos
Extraíam vinho
De uvas
Deliciosas
E plantavam
Os humanos
Sonhos de sempre
Entre guerras
E perfume de rosas.

Foste vila pelas mãos de Dom Sancho
No ano de mil cento e oitenta e seis
E delineou Dom Dinis
A muralha que fez
Teu coração medievo.

De ti saíram os descobridores
De terras e gentes
Nos anos quinhentos:
De ti partiu Pêro que
Revelou Moçambique
E o caminho das Indias
Distantes.

E missionários
Com o Cristo
A sangrar no peito
Singraram os mares
A partir de ti,
Da Cova da Beira,
A plantar sua Fé
Pela Terra inteira.

Mas se não és menina
Por que assim te vejo,
Jovem estudante,
Contemporânea?

Por que tua alma
É ainda do Infante,
O Navegador,
Teu primeiro senhor:

Sobre estas pedras
Romanas que piso
O espírito de Sagres

De desbravador
Desvenda futuros
Nos rumos presentes.

Se lá atrás tu relembras
Teu destino consiste
Em singrar sempre à frente.








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