Covilhã, das altas montanhas
E das manhãs saborosas,
Frescas manhãs
Em que retomo a vida e
Revejo tua figura bela.
Mas tu não és menina,
A História o desmente,
Cava Juliana,
Onde os avós romanos
Extraíam vinho
De uvas
Deliciosas
E plantavam
Os humanos
Sonhos de sempre
Entre guerras
E perfume de rosas.
Foste vila pelas mãos de Dom Sancho
No ano de mil cento e oitenta e seis
E delineou Dom Dinis
A muralha que fez
Teu coração medievo.
De ti saíram os descobridores
De terras e gentes
Nos anos quinhentos:
De ti partiu Pêro que
Revelou Moçambique
E o caminho das Indias
Distantes.
Distantes.
E missionários
Com o Cristo
A sangrar no peito
Singraram os mares
A partir de ti,
Da Cova da Beira,
A plantar sua Fé
Pela Terra inteira.
Mas se não és menina
Por que assim te vejo,
Jovem estudante,
Contemporânea?
Por que tua alma
É ainda do Infante,
O Navegador,
Teu primeiro senhor:
Sobre estas pedras
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