Móvel, o céu se redesenha
Em formas, cores,
Nuvens brancas, róseas, prata,
Que na imensa tela azul
São flores
Impermanentes
Impermanentes
Como as vidas e as dores
Da gente.
Fico a mirar a beleza
Que se cria, neste quadro
A transformar-se todo o dia,
Nesta abóbada que
Algum Michelangelo celeste
Pintaria.
Passam horas,
O azul entorna violetas
E tons de mar profundo,
Até que o cósmico negror
Recobre o mundo:
Negrume etéreo,
Engastado de mistérios
E diamantes,
Para a viagem dos sábios
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