sábado, 10 de outubro de 2020

Outono, ao sol

Nada digo, até pensar evito,
Em explicações, ou em motivos,
Quando me sinto pleno ao ser finito,
Pelo simples fato de estar vivo.

Sou o que sou, como é a vida,
Contemplo com doçura erro e acerto,
Esforço, queda, júbilo e ferida,
Amando o que se foi, ou segue perto. 

Nada falo, ou concluo, nada rezo
Deixo a luz de um sol brilhar no peito
Deixo voar a ave que mais prezo.

Fluo, como um rio flui no seu leito,
Apenas gozo o que a vida oferece
E que, ao seguir vivendo, eu aceito.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário