sábado, 3 de outubro de 2020

Reflexões sobre queimadas na Savana Brasileira, o Cerrado (sem falar em mudanças climáticas)


Países europeus ardem nas estações quentes e secas. Boa parte disto são queimadas, além de eucalipto (praga importada da Austrália para gerar grana com a venda da madeira). Raros países da Europa tem alguma floresta e, em termos, de mata nativa é quase nada. Na “ecológica” Alemanha, cerca 10%, no máximo, é mata nativa. O resto é eucalipto e milho (este, para nutrir o gado e gerar biodiesel). As queimadas nas savanas brasileiras (o Cerrado), os Tristes Trópicos descritos pelo Levi-Strauss são tão inevitáveis, pelo clima quente e seco, quanto as que infernizam os verões da Europa, Austrália, África, Estados Unidos e o Pampa seco. Usar algo assim como ferramenta política é demonstrar ignorância ou mau caráter (no sentido de política de baixo calão, politicagem, etc).

Além do clima, além da geografia há as práticas lamentáveis das queimadas.
Quem queima? O indígena sempre queimou, mas no Brasil, são os gaúchos e seus descendentes, principalmente os da Serra Gaúcha, que transformaram os Tristes Trópicos em imensas plantações de soja e outras culturas, incluindo uva (e vinho) no cerrado baiano e de Pernambuco, e desenvolveram a Pecuária extensiva, levando qualidade e riqueza aonde não havia nada. Somos nós os gaúchos, que fizemos do Brasil uma potência agropecuária e de agroindústria ao longo de décadas. A nossa cultura de queimadas saiu da Europa, neste caso do Norte da Itália, e se instalou no Cerrado. Na Europa, tenta-se modificar este hábito, punindo com altas multas os agricultores que fazem “limpeza de terreno” (como chamam por aqui) com fogo. Com multa parece resultar (um pouco). Começa a haver investimento em indústrias para uso de biomassa.
Mas olha o tamanho do cerrado Brasileiro, amigo! É dois terços da Europa. Têm que ser fiscalizadas as queimadas por satélite.
Acho impossível obter um controle total, mas vale a pena a tentativa que se inicia de monitorizar com satélites da NASA e do nosso país.
Contudo, o uso político ao nível internacional de um certo grupo de pessoas (do Brasil e da Europa) é algo criminoso contra o Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário