quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Poema Obscuro

Esvoaça neblina, bruma intransparente,

Velando em branco as ruelas da cidade,

Feito um sonho a disfarçar a realidade,

Ou a desvelá-la como símbolo somente.


Névoa silente semelhante aos receios

De um poeta a versejar sem ser ouvido,

Ou um amor que ao ser tudo se faz nada,

Anjo, na jaula que lhe impõe o juízo alheio. 


Cerração que também compõe a vida

Encobrindo cada humano com mistérios,

Que mesmo o tempo não resolve na saída.


O Indecifrável é o senhor do imenso império

Onde falham o óbvio, o preciso, o evidente,

E o mais sábio não se livra de ser crente.



Nenhum comentário:

Postar um comentário