Esvoaça neblina, bruma intransparente,
Velando em branco as ruelas da cidade,
Feito um sonho a disfarçar a realidade,
Ou a desvelá-la como símbolo somente.
Névoa silente semelhante aos receios
De um poeta a versejar sem ser ouvido,
Ou um amor que ao ser tudo se faz nada,
Anjo, na jaula que lhe impõe o juízo alheio.
Cerração que também compõe a vida
Encobrindo cada humano com mistérios,
Que mesmo o tempo não resolve na saída.
O Indecifrável é o senhor do imenso império
Onde falham o óbvio, o preciso, o evidente,
E o mais sábio não se livra de ser crente.
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