Nestes dias estou só. O gato e eu,
Como deserto, um jejum de gente.
Eu e o gato, sempre a ver em frente
As altas montanhas que pedi a Deus.
Tive, ao princípio, um estranhamento,
O descampado engendra desafios,
Ter-me em quietude trouxe um arrepio:
Com entreter-me só de pensamentos?
Então, eu percebi que existo em silêncio
Na psicosfera que exalo e me alimenta,
Lide, ideias, poesia e consciência.
E assim tem sido sempre, a sós comigo
Ao estar contigo, e ainda, em multidão,
Poeta eu sou, colho o maná da solidão.
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