quinta-feira, 3 de julho de 2025

Respondendo a um amigo

Um dos autores na área psicanalitica que mais li e com o qual aprendi, ao longo de muitos anos de estudo, foi Carl Gustav Jung. 

Num dia destes ouvi alguém dizer: a realidade da vida é que no adoecimento e no envelhecimento, a Persona que cuidadosamente construímos é desfeita, às vezes aos poucos, em outras de forma imediata, e somos obrigados e encontrar o nosso Self, o nosso Si Mesmo. Acho que é isto mesmo.

Persona é a "máscara" que criamos na vida para poder atuar e nos fazermos respeitar (a mãe, o pai, o médico, o padre, o bom profissional, etc...). É um instrumento precioso para cumprir as experiências no mundo, e para o amadurecimento da personalidade. O Si Mesmo (Self) é este fundo de nós mesmos, esta fonte do que a gente realmente é, que segue viva e atuante dentro de nós, sempre. Ao longo do tempo, o Self vai integrando os nossos opostos, nossos sofrimentos, derrotas e vitórias, nossas boas obras, e as fragilidades e os medos, num processo que lembra a Alquimia. A maioria das pessoas confunde-se com a Persona e não se dá conta que esta fonte, simbolizada nas religiões como Deus, é uma parte de si mesmo, especialmente em situações de doença, de perda, e na velhice. 

Não precisa ser santo, nem herói, nem gênio. A questão crucial é aprender a viver também com o coração, com a profundidade da alma, e com sensibilidade para perceber, aos poucos, no silêncio, este grande Mistério, que Jung denominou Individuação.


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