Um dos autores na área psicanalitica que mais li e com o qual aprendi, ao longo de muitos anos de estudo, foi Carl Gustav Jung.
Num dia destes ouvi alguém dizer: a realidade da vida é que no adoecimento e no envelhecimento, a Persona que cuidadosamente construímos é desfeita, às vezes aos poucos, em outras de forma imediata, e somos obrigados e encontrar o nosso Self, o nosso Si Mesmo. Acho que é isto mesmo.
Persona é a "máscara" que criamos na vida para poder atuar e nos fazermos respeitar (a mãe, o pai, o médico, o padre, o bom profissional, etc...). É um instrumento precioso para cumprir as experiências no mundo, e para o amadurecimento da personalidade. Por outro lado, o Si Mesmo (Self) é este fundo de nós mesmos, fonte do que a gente realmente é, que segue vivo e atuante dentro de nós, sempre. Ao longo do tempo, o Self vai integrando os nossos opostos, nossos sofrimentos, derrotas e vitórias, nossas boas obras, e as fragilidades e os medos, num processo que lembra a Alquimia. A maioria das pessoas confunde-se com a Persona, e desconhece que o Self, esta fonte simbolizada nas religiões como Deus, é um componente de cada um de nós, manifestando-se sempre, mas sendo especialmente evidente em situações de doença, perda, na velhice, e no fim-de-vida.
Não precisa ser santo, nem herói, ou gênio. A questão crucial é aprender a viver também com o coração, com a profundidade da alma, e com sensibilidade para perceber, aos poucos, no silêncio, este grande Mistério, que Jung denominou Individuação.
Bom!
ResponderExcluirObrigado❤️
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