Acordo e, aos poucos. dou-me conta
Do quarto em penumbras na manhã,
Do corpo quieto, renascido, indolor,
Da noite rica em sonhos que passou.
Abro a janela e encontro vale imenso
A relembrar paisagens de Leonardo.
Outra janela, revejo a serra esplêndida
A colorir-me a alma em tons de Outono.
Deixei distante o que me era o avesso
E que, cego, eu pensava ser eu mesmo.
Hoje eu renasço o Eu que reconheço.
Planos não traço, mágoas eu esqueço,
Nesta manhã, instante que não tarda.
Doa-me a vida o seu dom de recomeço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário