sábado, 15 de junho de 2024

A Cultura nacional brasileira (ou "Por que não temos sequer um prêmio Nobel?)

O Rio de Janeiro adora glamourizar a miséria e o crime. Como disse o carnavalesco Joãozinho Trinta, “quem gosta de pobreza é intelectual". E Dona Zica, esposa do grande músico Cartola, quando perguntada se amava a vida na favela Mangueira, respondeu furiosa: "se eu tivesse condições, saía hoje mesmo deste inferno". Na verdade, quem ama a miséria são os músicos populares, os estudantes das ciências humanas, os poetas apreciadores de um bom malt whisky, ou de alguma droga (segundo eles "porque ninguém é de ferro"). Esta cultura, aparentemente liberal, na realidade, uma selvageria, fez com que o tráfico de drogas se instalasse em algumas das regiões mais lindas e miseráveis do Brasil, em nome da "Liberdade" levando ao caos a Segurança Pública de algumas partes do país. Com o apoio charmoso de uma dúzia de artistas populares ricos e famosos. Uma epidemia que até hoje mata e alucina. A moda agora é o alucinógeno ("natural") amazónico ayauhuasca, o qual tem posto muita gente no manicómio ou no crime (vide o filme chileno “Antares da Luz”)

Tenho assistido, não sem desgosto e náusea, um ou outro episódio, de uma série brasileira, criada pelo grupo "Conspiração Filmes", de tão sugestivo nome. Chama-se Dom (de 2021), cujo texto foi escrito pelo roqueiro pró-liberação das drogas Tony Bellotto, membro da alta classe média paulista, conhecido por formar a banda Titãs e ter-se casado com Giulia Gam e a lindíssima Malu Mader. Eita, biografia! 

O texto, que seria "baseado em fatos reais" é, na verdade, uma livre recriação sobre notícias da imprensa relacionadas à tragédia vivencial de um jovem carioca, Pedro Dom, e a sua desestruturada família de classe média no Rio de Janeiro. A história é a de tantos garotos e garotas que desde cedo tornam-se drogaditos, escalando da cannabis para outras porcarias, e tornando-se lixo humano. Mas a história real do Dom, mais que isto, é o apogeu da criminalidade, envolvendo grupos que invadiam residências na cidade do Rio, portando armas pesadas e granadas, com as quais faziam reféns às famílias, incluindo bebés e crianças. Em alguma destas situações o enlouquecido Pedro Dom, colocou uma granada junto à cabeça de um bebê diante de sua desesperada família ameaçando explodir a criança. Para roubar o que havia de valioso na residência. Parece filme de terror americano, um alien do crime, mas é apenas a realidade brasileira. 

Pois é este criminoso que o filme, apesar de mostrar a desgraçada vida em que se meteu (tão longe dos confortos e satisfações burgueses), tenta "humanizar". Entre um crime bárbaro e outro, o jovem e "ítalo-bonitão" criminoso, chorando, se queixa: "eu erro, mas quem não erra?". Imagine meia dúzia destas "vítimas do sistema" cometendo "erros humanos" na nossa vizinhança e pondo em risco as nossas crianças e pessoas amadas. 

E há acusações veladas no filme, tiradas sei lá de onde, relacionando o Exército Brasileiro e as igrejas evangélicas, nas décadas de 70 e 80, com ações criminosas na Amazónia. A recriação ideológica da realidade a destrutir reputações. Já conhecemos bem...

Ou seja, a série tem o texto criado pelo roqueiro Bellotto, foi produzida pela Conspiração Filmes, e tenta mostrar o lado humano de um dos criminosos mais cruéis que infernizou a vida dos trabalhadores brasileiros, e impunemente. Enfim, mais um "samba do crioulo doido" como dizia o genial Stanislaw Ponte Preta, num deboche sobre a cultura carnavalesca. 

Com laivos culturais de um governo que financia este tipo de produção.

Eu fico pasmo! 

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