quinta-feira, 4 de julho de 2024

Uma foto estranha


 Uma foto estranha da avenida Europa, onde moramos, numa pequena cidade universitária quase na fronteira com Espanha chamada Covilhã (do Latim, Cava Iuliana), nas encostas da belíssima Serra da Estrela (os Montes Hermínios, para os antigos romanos).

O que é estranhável na foto? Em primeiro lugar, a fiação urbana totalmente no subsolo. Para quê? Nestes 9 anos em que moramos aqui, houve apenas uns dois instantes de falta de luz, que duraram segundos. Além da fiação subterrânea, onde há fios e árvores a poda da vegetação é intensiva, impossibilitando o drama da falta de luz durante ventanias.

O que além disso pode-se estranhar é a quantidade de obras na nossa pequena Covilhã: novos grandes hoteis, novo shopping center desta vez aberto, contando com FNAC, Primark e o cobiçado super(!)mercado espanhol Mercadona (que eu adoro), e outros empreendimentos para citar apenas a nossa avenida. Além dos demais shoppings, hoteis e supermercados internacionais e portugueses pelas redondezas. Eu confesso que fico impressionado. 

A verdade é que nestes últimos anos a Covilhã, e todo Portugal, recebe uma quantidade imensa de novos moradores, sejam europeus (principalmente ingleses, alemães, franceses, e refugiados ucranianos, entre outros), latino-americanos (brasileiros como nós, argentinos, venezuelanos), asiáticos (uma imensa imigração de indianos). Os indianos vêm também com seus investimentos: uma cobiçada indústria de diamantes sintéticos. 

Além dos milhares de alunos universitários de todo Portugal e outros países que enchem as ruas da Covilhã com um agito juvenil. 

E eu rio que, no meio disto tudo, a Covilhã mantém as marcas de cidade pequena. Quando vou ao Serra Shopping, comprar alimentos no Supermercado Continente, de bermuda, camiseta e tênis, como hoje, no elevador percebo os olhares de um grupo de jovens, sorrindo entre si, olhando-me e cochichando: “olhem, é o nosso professor”…o que não deixa de ser delicioso, ao significar que “eu existo, eu faço parte, e eu compartilho o meu melhor” (sentimento que faz falta nas grandes metrópoles).


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