segunda-feira, 1 de julho de 2024

Revendo a vida

Há algumas coisas que apenas ao morar na península ibérica eu fui perceber concretamente. Fatos que talvez, pelo menos para mim, pareciam fruto da imaginação de poetas e pintores, e que se mostraram reais na sua beleza. Um deles são as papoulas nos campos, que os franceses chamam de coqlicot, crista de galo, e milhares de outras florezinhas silvestres, bordando os caminhos. Eu admirava as pinturas de Monet e me dizia: ele escolheu algum lugar especial para pintar esta beleza, com pontilhados de vermelho alaranjado e verdes. Ou era parte da sua imaginação artística. Pois são assim os campos destas nossas regiões na primavera e verão: mares de papoulas sobre os campos verdes. 

O mesmo são as incontáveis cegonhas, com suas famílias, a cuidar seus bebês: estão espalhadas pelos caminhos e cidades, com seus enormes ninhos feitos nas copas das árvores mais altas, nas torres das igrejas e castelos, e mesmo em postes. São milhares e, já na aurora, saem de seu conforto para buscar alimento para os filhotes. 

Outra experiência que me revelou o sentido do dito popular “uma andorinha só não faz verão” é admirar esta imensa revoada de andorinhas, quando o clima aquece. Milhares, dançando pelo céu, como a festejar a luz do sol nas manhãs e ao entardecer…”las golondrinas” amadas.

Sou muito sensível a esta festa maravilhosa de cores, seres e sensações. Graças a Deus. 

Linda península Ibérica que me revela encantos que eu desconhecia na vida e me possibilita rever o que eu sei dela.

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