sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Por estes dias, no Minho (ou estes días no Miño)



Olho da janela as montanhas portuguesas, 

Como olho as de Espanha.

Ali estás, Tui,

Aqui moro, Valença.


E o Minho lentamente flui 

A nutrir sagrados vinhedos,

De alvas uvas alvarinhas.

Meus pés estão entre mundos

Tão distintos e fundidos,

Tão iguais e cindidos

Pelas águas de um rio 

Apenas.


Logo ali eu vou a Vigo,

Feliz ainda por viajar contigo.


Logo além, Ourense,

Pontevedra, Sanxenxo,

E adiante a Compostela, de Santiago.


E amo as nuvens que esfriam

Este mundo a arder,

Que mantém a vida verde e

A crescer, frutífera.


Amo o frio e as neblinas,

E sou o vizinho de dois povos,

Irmãos que se abraçam, 

Sorrindo, 

Nesta aquífera esquina.